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Homossexualidade - uma variação natural

Apesar da evolução das teorias do comportamento, que atualmente consideram a homossexualidade uma variação natural da sexualidade humana, ainda hoje persistem o preconceito e a discriminação contra indivíduos homossexuais. Sob determinados contextos culturais e sociais, não é incomum que mães e pais de adolescentes gays ou lésbicas, por exemplo, ao se depararem com a revelação da sexualidade de seus filhos, reajam de forma disfuncional, intensificando ainda mais potenciais ansiedades e sofrimentos envolvidos. Apesar dessas dificuldades, no entanto, é possível modificar essa realidade - a difusão de informação, embasada nas mais atualizadas teorias comportamentais e biológicas, é uma das formas de avançar nesse cenário.


Os familiares podem justificar seus receios devido ao medo de verem seus filhos discriminados, sofrendo preconceitos e injustiças, quando não violências físicas e psíquicas, fazendo parte de uma minoria social em uma sociedade que marginaliza os diferentes e sobrevaloriza os iguais. Ainda em tempos hodiernos, são comuns notícias de agressões a indivíduos homossexuais, agressões essas que contribuem para intensificar os medos.





As raízes mais profundas desse contexto social são amplas e complexas e envolvem, a título de exemplo, a própria Psiquiatria. A homossexualidade só deixou de ser considerada um transtorno psiquiátrico, oficialmente, a partir dos anos 1990, quando as entidades médicas entraram em acordo sobre a condição normal dessa variação da sexualidade humana. Isso, claro, foi um reflexo das tendências de mudança no pensamento da sociedade, especialmente europeia e norte-americana, as quais, gradualmente, têm refletido sobre a sociedade como um todo. Nesses últimos trinta anos, muita coisa mudou, houve importantes avanços na defesa dos direitos dos indivíduos homossexuais, mas ainda persistem pensamentos obscurantes, desconhecimento e graves atentados aos direitos fundamentais dessas pessoas.


Alguns defendem a ideia de que a homossexualidade seja uma opção, quando é mais do que claro que a orientação sexual de um indivíduo decorre de fatores genéticos e ambientais que se estabelecem muito além da vontade pessoal.


Outro ponto envolve a tendência pejorativa de se vincular homossexualidade com transtornos de uso de drogas, infecções por doenças sexualmente transmissíveis, além de outros comportamentos de risco. Trata-se de uma falsa relação. O que os dados realmente indicam é que ser homossexual em uma sociedade repressora tende a resultar em depressão e maiores taxas de suicídio na adolescência, o que representa apenas uma de múltiplas facetas do sofrimento que se impõe a esses indivíduos.


Numa sociedade sem discriminação de orientação sexual, gays, lésbicas, transexuais e bissexuais se relacionam amorosamente sem medos, são integrados ao mercado de trabalho sem dificuldades adicionais, possuem iguais chances de serem promovidos a melhores postos, constituem família e organizam-se para criar seus filhos, são capazes de serem felizes nos seus momentos de alegria e tristes perante traumas e perdas, lugar comum para indivíduos heterossexuais, mas realidade distante para a maioria dos homossexuais no Brasil.


Já caminhamos muito enquanto sociedade nesse percurso rumo a um mundo de mais equidade e fraternidade. No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido. A união daqueles que prezam por uma sociedade mais justa e igualitária é fundamental nesse processo ao atuar em defesa dessa causa, difundindo informações embasadas, lutando para que as liberdades individuais sejam estendidas a todos e denunciando casos de desrespeito a essas garantias, empenhando-se para que o sistema jurídico proteja os direitos fundamentais de todas as pessoas,  sem preconceitos de qualquer natureza.

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